segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

RARA GAIOLAS PARA GRILOS


             Tentando comprar algumas moedas pela internet, me deparei com um anuncio bastante curioso, em um site de leilões de antiguidades do RJ, que era o seguinte: Rara gaiola para grilos, chinesa da dinastia Tang século XIX em bronze, o raro objeto estava sendo leiloado ao lance inicial de R$ 300,00.
             Pensei comigo: mais uma dessas doideiras, que a gente vê na internet, qual seria o objetivo de prender os grilinhos na gaiola? Mas ao pesquisar mais a fundo o assunto verifiquei que por lá a coisa é diferente. Os grilos fazem parte da cultura chinesa, e existe uma espécie de paixão que remonta à antiguidade, e que até os dias atuais se mantém, é normal encontrar comerciantes vendendo os insetos, presos em pequenas gaiolas, e o canto faz parte dos sons tradicionais das cidades. Os grilos são tão presentes na cultura popular chinesa que em taxis podem ser escutados, e os veículos mantém uma caixa talhada em marfim onde o inseto fica preso.
        

 Durante a dinastia Tang (618-907) as concubinas imperiais prendiam seus grilos em pequenas jaulas de ouro para poder colocá-los ao lado da cama e escutar seu canto durante toda a noite, esse costume seguiu vivo durante a dinastia Qing (1644-1911). A criação e a venda de grilos continuam sendo um grande negócio da China, onde se calcula que cerca de dez milhões de pessoas criam e cultivam os animais, sendo que os preços variam entre US$ 14,00 a US$ 500,00 cada um.
       As brigas de grilos foram muito populares na China na época do império, porém elas foram proibidas por volta de 1949, pelos comunistas com o advento da república popular da China, por sua relação com o mundo das apostas ilegais. Apesar de as apostas em grilos serem proibidas na China, seguem sendo praticadas em pontos escondidos nas cidades, regularmente, noticiadas pela impressa.
      Os chineses não consideram o melhor amigo homem o cão, e sim o grilo  e costumam manter os seus grilos de estimação em pequenas gaiolas, feitas de bambu ou madeira, e é muito comum levá-los para passear nas praças nos finais de semana.